A vida cotidiana

A vida cotidiana

Irmãs, praticantes do Dharma, em evento da Comunidade de Florianópolis.
“Isolar o Dharma da vida cotidiana é a pior falha do budismo hoje. Os mais experientes fiéis parecem não conseguir se libertar da cobiça, da raiva e da ignorância, mesmo os mais letrados na doutrina ainda se flagram fofocando a respeito do que as pessoas consideram certo ou errado.
Se o budismo se alienar da vida real, o Dharma deixa de suprir nossas necessidades e de ser nosso guia; se não enriquecer o conteúdo de nossa vida, sua existência perde o significado. Os ensinamentos do Buda visam à melhoria da vida, à purificação da mente e ao aprimoramento do caráter. É um budismo relevante para a vida e o viver que eu quero difundir.
A vitalidade do budismo depende do quanto conseguimos estar em harmonia com os ensinamentos do Buda enquanto dormimos, conversamos, caminhamos ou exercemos qualquer tipo de atividade. O Buda falou sobre a determinação da mente. Para aplicar tal ensinamento, a mente deve ser resoluta na forma como conduzimos nossa vida diária, nossa maneira de dar e, em geral, nossa maneira de praticar o budismo. Dormir com uma intenção torna o sono mais reparador; ingerir com atenção torna o alimento mais saboroso; andar com resolução torna a estrada mais suave; enfrentar um problema com determinação torna-se um desafio prazeroso.
A determinação da mente é um aspecto do ensinamento do Dharma que é útil na harmonização de todos os níveis de relacionamento humano. Não é apenas uma retórica filosófica. O Dharma deve ser exercido e praticado da forma mais ampla possível. Não há como separar o Dharma da vida.” – Venerável Mestre Hsing Yün, em sua biografia Espalhando a Luz, publicada pela Cultura Editores Associados, 2002.