Em um famoso diálogo Zen, o aluno chega para o Mestre e pergunta: “O que o senhor tem para me oferecer no Dharma?”, e o Mestre responde: “gostaria muito de lhe oferecer algo, mas no Dharma só há uma bola de ferro incandescente para ser engolida”. Essa bola é: “Você que tanto se ama não passa de uma ilusão de sua mente”.
Se você deseja despertar como o Buda, tem que acordar do sonho. Por isso Sidharta Gautama era um homem comum que quando desperta passa a chamar-se Buda, “o desperto”. Como ele era um homem comum como todos nós, todos temos a mesma capacidade de despertar. Aquele que acorda livra-se instantaneamente de toda dor, ilusão e sofrimento.
Nós construímos essa individualidade e nos agarramos à ela. Olhos iluminados vêem a vida e dizem “Que linda”. Alguns podem pensar que existem pessoas morrendo e sofrendo no mundo e que isso é trágico, mas eu lhes pergunto se as florestas são trágicas? Há nesse momento folhas e árvores morrendo nas florestas, existe tragédia nesse acontecimento? Não, não é mesmo? Olhamos as florestas e não lamentamos os troncos e folhas mortas. Essas folhas se transformarão em húmus e os troncos caídos e mortos servirão de abrigo e morada para outros seres vivos. Vemos todos esses fenômenos que ocorrem nas florestas como naturais e pensamos, “Que maravilha que é a natureza”. Porque não temos a mesma visão sobre a vida dos homens? Porque a vemos com olhos iludidos. Essa é a essência do Budismo, desculpem-me se isso parece terrível.