A relatividade do mundo diz que a terra na mão do oleiro se transforma em vaso e que o vaso irá um dia quebrar, se transformar em cacos e jogado fora, uma vez na natureza será reciclado para quem sabe um dia novamente seja transformado em vaso. No mundo absoluto, tudo sempre esteve contido, o vaso sempre foi argila, a argila sempre foi terra, sempre foi caco, tudo sempre foi, aqui na Terra, a mesma coisa.
Nós todos somos seres constituídos de hidrogênio, oxigênio, ferro, cálcio, carbono, estamos há muito tempo no universo. Todos os nossos agregados estão por aí há muito tempo, mesmo antes da Terra existir, há bilhões de anos. Somos reciclagem. Essa reciclagem é o relativo e nosso absoluto é nossa eternidade, pertencemos ao universo e, neste sentido, somos eternos. Precisamos integrar essas duas visões e ver a identidade do relativo com o absoluto, relativo e absoluto são uma coisa só.
Todo esse fluxo de mudanças constantes é nossa relativa existência, em termos absolutos é a própria dimensão suprema. Eterna. Temos olhos somente para a dimensão histórica, o passado o hoje e o amanhã, e para as dores e sofrimentos do mundo relativo. Quando você percebe o absoluto, todo sofrimento desaparece assim como desaparece nascimento e morte, sabedoria e ignorância. Nosso grande desafio é andar no mundo relativo conscientes do mundo absoluto. Saber que andamos no mundo e que estamos aqui praticando e nos esforçando, mas que na verdade já somos seres potencialmente iluminados, apenas ainda não percebemos nossa possibilidade. Ela está disponível.