P: Analisando algumas religiões,seita e movimentos iniciáticos, pude observar que as formas ou os ritos utilizados podem ser diferentes, porem, me parece que o objetivo é comum a todos…
– no cristianismo: o êxtase…
– nas ordens iniciáticas – são direcionados a elevar a capacidade mental….
O transcender, o êxtase, o aumento da capacidade mental ou mesmo uma fé ilimitada não seria o mesmo que obter um “satori”, só que menos intelectualizado?
R: Êxtase não é satori nem iluminação, cada caminho é diferente e com metas diversas, só aparentemente há identidade embora hajam similaridades maiores ou menores de acordo com o caso.
P: Me pareceu, em sua resposta, que só a sua religião está certa?
O objetivo, não é uma ” consciência cósmica”?
R: Não, apenas quis dizer que há diferença entre cada objetivo, e diferença entre os conceitos. Não há certos ou errados aí, apenas diversidade.
Não usaria este termo de consciência cósmica, o budismo diz que não há nenhuma consciência cósmica com a qual se unir.
Gostaria de dizer que tentar igualar tudo em uma mesma coisa é uma perda desta riqueza, embora exista um fundo comum interessante bem abordado por Huxley em ” Filosofia Perene” livro que creio que ainda possa ser encontrado, e também na descrição de ” O rei do mundo” de Guénon. Porém este fundo comum místico convive bem com a diferença de objetivos e métodos das diferentes escolas, fato que ocorre mesmo dentro do budismo em si (há escolas iniciáticas budistas como o Shingon e o Tendai)
Como sempre as palavras nos atrapalham, o zen não é superior, nem tem uma verdade para propagar, é somente um método, útil para as pessoas que se adaptam a ele. Outras formas são não somente úteis como necessárias visto as pessoas serem diferentes.
Nas línguas orientais em geral a palavra religião não existe, falamos em Buddhadharma em sânscrito e Budakyô em japonês, em ambas o significado é ” ensinamento de Buda” .