Temos um líder na Sangha de Guaratinguetá, eu estava fazendo uma palestra lá e usei a seguinte imagem: Lembrem, nós somos como bolhas dentro de uma garrafa de champanhe. A bolha que surge dentro da garrafa de champanhe, nós a olhamos e vemos como um ser separado. Ela é gás carbônico, e como o gás carbônico está dentro da champanhe ele sobe, se expande e explode na superfície, mas todo o tempo de existência da bolha ela não é mais nada do que a interação entre o gás carbônico e o líquido em volta. Porque tem líquido e porque existe gás carbônico então existe bolha. Mas o que é a bolha em si? A bolha é vazia de um eu. Assim como todas as coisas são vazias de um eu e é isto que quer dizer o vazio budista. O vazio quer dizer: vazio de um eu. Não existe nenhum eu, todas as coisas são vazias de um eu.
A bolha é vazia de um eu, ela não passa de interação entre gás carbônico e líquido. Surge, explode na superfície. Nós somos bolhas. Surgindo, desaparecendo. Nenhum dos nossos constituintes deixa de existir, como acontece com a bolha, todo gás carbônico, todo champanhe continua. Apenas aquela interação momentânea que surge e desaparece, apenas ela tem essa existência fugaz, o resto tudo é permanente. (continua)