Todo o sofrimento, toda a ilusão, é provocado pela ignorância do fato de que nós não temos um eu inerente. Ignorância dessa clareza, dessa lucidez, que nós conseguimos ter em relação ao redemoinho, que é um fenômeno simples. Nós temos lucidez se eu explico que na verdade o eixo é uma aparência provocada pelo movimento do redemoinho, mas ele não existe por si mesmo, ele só existe por causa do redemoinho. Se você retira o redemoinho, não há eixo. Na realidade há de novo atmosfera ou puro céu azul. Então, o que nós somos? Nós somos o puro céu azul, nós somos a atmosfera. Não somos o redemoinho. Os redemoinhos são fenômenos de aparência provocado pelo movimento. Qual é o movimento? O movimento cármico. Porque há carma, há ação, reação, consequências, então levanta-se poeira. Porque levanta-se poeira, há a noção da existência de um eu. De modo que cada um que está sentado aqui é um redemoinho cármico se manifestando nesse universo, seu eu é uma aparência ilusória e todo o sofrimento então, tudo o que o eu sofre, todas as paixões, faltas, desejos, impulsos, frustrações, morte, nascimento, tudo isso não passa de uma ilusão causada por esse movimento do carma.