Somos como Buddha | Monge Genshô

Somos como Buddha | Monge Genshô

Em um diálogo de um homem com Buddha temos a seguinte narrativa. O homem pergunta “quem é o senhor? É um enviado?” e Buddha diz “não”. “É um profeta, um salvador?” e ele diz “não”.

“Quem é o senhor então?”. E Buddha respondeu: “eu estou acordado”.

O que ele queria dizer é: sou um homem, como todos os que me rodeiam. Os Sutras mais antigos mostram Shakyamuni Buddha saindo para mendigar, sentando-se para comer, cansado ou doente e mostram inequivocamente sua humanidade.

O que é excelente para nós, porque Shakyamuni Buddha era como qualquer um de nós e isso nos dá grande possibilidade de acordarmos como ele. Por isso podemos dizer que todos somos como Buddha, temos o potencial de sermos Buddha. Temos o embrião de um Buddha dentro de nós.

Os mais altos estados são possíveis a qualquer um de nós. É verdade que temos muito tempo, muitas e muitas vidas, mas isto é, na verdade, um aprisionamento ao ciclo de renascimentos, ao ciclo de manifestações. Morremos aqui e nos manifestamos a seguir.

Escapar desse ciclo eternamente repetido é a proeza de Buddha. Não tornar-se eterno, não ser para sempre um eu. Isso seria considerado do ponto de vista budista um aprisionamento, um grande problema, mesmo dourada, uma gaiola é uma gaiola.

Ficarmos presos a um ciclo de repetições não é felicidade em absoluto, mas ser como Buddha é entregar-se ao próprio absoluto e ter enfim verdadeira liberdade.

Resposta proferida por Meihô Genshô Sensei, Daissen-Virtual, dezembro de 2021.