Suportando as acerbas críticas chinesas e suas ameaças de boicote comercial aos produtos franceses, o presidente Sarkozy demonstra que um verdadeiro líder sabe trilhar um caminho independente. Em contraste, o Brasil, mostra a face de um país que treme ao bater dos pés de qualquer ameaça meramente verbal. Jamais tomou uma atitude clara em favor de oprimidos se isto pode ameaçar seus interesses comerciais.
Um líder budista, como o Dalai Lama, passou no país várias vêzes sem um reconhecimento oficial, não importando seu peso moral. (Monge Genshô)
“O presidente francês, Nicolas Sarkozy, reuniu-se neste sábado (6) pela primeira vez com o Dalai Lama, líder espiritual do budismo tibetano, no porto de Gdansk, norte da Polônia, apesar de duras queixas por parte da China e da ameaça de Pequim de boicote a produtos franceses.
Sarkozy se encontrava em Gdansk, onde participou na cerimônia do 25º aniversário da entrega do Prêmio Nobel da Paz ao presidente polonês, Lech Walesa, fundador do histórico sindicato Solidarnosc.
O presidente francês se reuniu por cerca de meia hora com o Prêmio Nobel da Paz-1989, no primeiro encontro de um presidente francês com o líder tibetano, exilado desde 1959 em Dharamsala, norte da Índia.”
“Desde que o encontro foi anunciado, há várias semanas, a China pressionava a França para voltar atrás, chegando a cancelar uma cúpula China-União Européia (os franceses ocupam atualmente a presidência rotativa do bloco), que deveria ter acontecido no dia 1º de dezembro em Lyon, centro-oeste da França, e uma cúpula bilateral, que seria realizada no palácio do Eliseu.
Agora, Pequim ameaça instituir um boicote aos produtos franceses. A China já havia feito pressões semelhantes em julho e agosto, quando o presidente francês informou que não sabia se compareceria à abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim.
Após uma visita de Sarkozy à capital chinesa no fim de 2007, empresas francesas obtiveram contratos no valor de 20 bilhões (US$ 25 bilhões) de euros com o país. Sarkozy também expressou seu desejo de que a China assuma o lugar que lhe corresponde no cenário político do mundo.
“Necessitamos da China para resolver os grandes problemas no mundo, e que a China dialogue, como el presidente Hu Jintao dialogou com o Dalai Lama”, assegurou. Indagado sobre a crise entre a França e a China, o presidente francês tentou acalmar os ânimos.”
“É preciso tratar tudo isso com grande serenidade, com calma. É preciso fazê-lo a longo prazo, levando em conta seu conjunto de acontecimentos e dando a importância que tiverem”.
(France Press)