A posição budista é: é necessário que haja muitas religiões porque as pessoas são diferentes. O problema é a falta de crítica. É bom que haja uma unidade filosófica para a gente ir melhor, hoje está acontecendo muito isto, uma pessoa pega um pedacinho de uma crença, de outra, de outra, e faz a sua religião pessoal… só que esta religião pessoal não tem coerência filosófica, você vai discutir ela não tem coerência, é contraditória Quando você pega uma religião bem estabelecida ela tem uma certa coerência e esta certa coerência ajuda, e é necessário para o cristianismo, para o budismo, o desenvolvimento de bons professores, bons mestres, rituais, coisas que são necessárias para aquele tipo de pessoa, quando você está sozinho você não faz isso, por isso é muito necessário ter grupo. Aqueles que são praticantes budistas aqui sabem perfeitamente a diferença que é praticar sozinho em casa, é completamente diferente e isso é válido em todas as religiões. Se em algum momento parecer que um budista está combatendo outras religiões não é uma posição budista. Mas religiões pessoais, sem coerência interna, devem ter expostas suas fragilidades para o bem de suas vítimas.
( Trecho de palestra no departamento de filosofia da UFSC, digitada, revisada e decupada por Jane Denkô)