Relato do Rev. Joaquim Monteiro sobre o evento do CBB na Câmara Municipal do Rio

Relato do Rev. Joaquim Monteiro sobre o evento do CBB na Câmara Municipal do Rio

Dep. Fernando Gabeira, decidido apoiador da causa do budismo tibetano perseguido pela tirania do governo da China.


Rev. Joaquim Monteiro, Membro do CBB, Monge budista da escola Jodo Shin

Foi realizado ontem o debate público sobre a questão tibetana na Camara dos Vereadores do Rio de Janeiro. O debate foi realizado sob a presidência da Vereadora Aspásia Camargo e contou com a presença do Parlamentar Fernando Gabeira. Fernando Gabeira estabeleceu laços bastante concretos entre a atual política da ‘República Popular da China” e os acontecimentos recentes no Tibet e na Birmânia.

Participaram do evento representando o CBB a Monja Isshin, o Monge Genshô, o Professor Cláudio Miklos e eu.

Participaram também a DRA.Cerys Tramontini, especialista em direitos humanos e na questão tibetana e o Prof.Flávio Marcondes Velloso. Acredito que todos os

participantes deram contribuições importantes em seus aportes e que o evento enquanto tal foi um passo adiante para o reconhecimento da questão tibetana no espaço público de nosso país. Tivemos além disso uma inesperada contribuição da agência “Nova China” que me passou a impressão de estar atuando mais como polícia política do que como órgão de informações e do Cônsul geral da China no Brasil SR.Li Baojun que

ajudou a desmoralizar de vez o governo da “República Popular da China” com suas atitudes pueris e autoritárias.

A Monja Isshin em um ato de imensa maturidade política cedeu seu lugar para permitir a participação do ilustre representante da RPC. No entanto, esse ilustre senhor não só gastou um tempo enorme procurando em seu lap top as informações que deveria possuir através de seu discernimento político como assumiu uma postura essencialmente autoritária se recusando ao diálogo e lendo a cartilha de seu governo sobre a questão tibetana. O conteúdo dessa cartilha se restringia à justificação do genocídio do

povo tibetano através de distorções grotescas da análise histórica. Em particular, pude compreender quais são as fontes da perspectiva apresentada pelo SR.Slavoj Zizek em seu infeliz artigo no “mais”.

Tudo isto já é essencialmente deprimente, mas o mais sério é que a política externa de nosso país se deixe influenciar de forma essencial pelas colocações de diplomatas sem formação ética e sem nenhum preparo político ou intelectual, diplomatas que não passam de agentes atravessadores das mistificações do governo de Beijing. Acredito que existe pelo menos uma lição a ser aprendida da questão tibetana por nós brasileiros:já está na hora de romper com essa política externa que serve aos interesses imperialistas do governo de Beijing e que se auto-justifica através de um “pragmatismo” completamente estúpido e irresponsável.

Sem mais-Gashô.

Shaku Shoshin.