Redemoinhos

Redemoinhos

P: Se o “eu” deixa de existir quando abandona os “agregados”, como o carma pode “seguir” o que resta, se é que resta algo? O que resta não é, usando uma palavra neutra, o “um”?
R: Imagine um redemoinho dentro da água, ele tem um impulso próprio, uma manifestação que o destaca dentro da vacuidade (a água nesta analogia), é vacuidade sem tirar nem por, mas só tem uma individualidade porque tem movimento. Se este redemoinho se desfaz mas seu movimento desencadeia outro redemoinho mais tarde, ao sabor da corrente, o novo redemoinho tem uma nova identidade e características muito semelhantes pois detem a mesma energia cinética, porém não é o mesmo redemoinho, é outro. (Ou será que é o mesmo? é ou não é?)
P: Se sim, como o carma pode seguir nova manifestação (outro “eu”) do “um”?
Se não, então o que resta quando, simplificando, morremos?
R: Resta o carma. (a energia que gera o redemoinho, e ela não consegue evitar se manifestar como redemoinho e com as mesmas marcas
(características)) ela não precisa um eu para se agarrar, assim como o redemoinho não precisa de um eixo em torno de que girar, ele gira e por isto imaginamos um eixo, e damos um nome a este eixo: EU)