Conheço o esforço e o discurso de muitos anos do Rabino Sobel. Neste momento queria dizer que não misturo os atos individuais e particulares de um homem com sua fé. Que só posso conceber que uma perturbação mental o levasse a agir contra o que ele profundamente acredita e defendeu toda sua vida. Não foi jamais um vendedor de benesses, nem um comercializador de intermediações divinas. Sofrem muito todos os que durante tantos anos o tiveram como guia. E neste momento angustiante, ponho-me a seu lado como ser humano que sou, falho e vacilante, transgressor e arrependido de muitos atos, e ofereço minha mão de amigo. Porque é exatamente nestas horas em que todos se afastam temerosos de conspurcar suas imagens que podemos manifestar nossa solidariedade humana. Vejo o drama e arrependimento pelas consequências, e quisera que nossos homens públicos tivessem a mesma arrasadora vergonha quando agem da forma que todos vemos, sem corar nem se esconder, optando pela simples negação mentirosa como se ela obscurecesse a nação inteira. A toda a comunidade judaica e ao Rabino uma mão estendida de quem confia nos princípios morais que estão acima da nossa condição humana.