Monges felizes em sua desimportância. Yokoji, angô 2010.
P: Qual a razão da atual experiência terrena, na qual gozamos ou experimentamos o que designamos de individualidade, neste estágio terreno de nossas existências?
R:Muito boa pergunta, qual a razão da existência? Note que a pergunta é em certa medida antropocêntrica, ou estás a perguntar qual a razão da existência das formigas, dos mosquitos, das pedras? A resposta é: nenhuma razão, somos fenômenos como as bolhas dentro de uma garrafa de refrigerante, gás carbônico que momentâneamente tem a forma de bolhas, que retornam ao que realmente são, gás carbônico, nada mais.
Queremos uma razão porque temos uma noção de importância própria, mas esta importância simplesmente não existe. Por isto criamos deuses, e céus permanentes que protejam nossa identidade, espíritos que continuem falando pela eternidade a fora, desejos de permanência do ego, nada mais. Nenhuma razão, somos fenômenos nada mais, por isto se diz no zen que não tenho nada para te dar, só uma bola incandescente para ser engolida, a verdade de que somos desimportantes como indivíduos.