Protestos se intensificam no Tibete e China culpa dalai-lama
Manifestantes pró-independência queimam lojas e carros em Lhasa; China teria matado duas pessoas na região
Reuters
AP
Manifestantes incendeiam carros no Tibete
PEQUIM – Manifestantes pró-independência queimaram lojas e carros em Lhasa, capital do Tibete, nesta sexta-feira, 14, mesmo dia em que policiais chineses teriam matado duas pessoas na cidade, na pior onda de instabilidade surgida na região em duas décadas.
A China acusou simpatizantes do líder espiritual do Tibete, dalai-lama, atualmente exilado, de “arquitetar” o levante, que mancha a imagem do país cuidadosamente construída de prosperidade e harmonia nacionais, às vésperas dos Jogos Olímpicos de Pequim
Ainda nesta sexta-feira, pelo menos duas pessoas foram mortas nos protestos entre tibetanos e policiais chineses na cidade de Lhasa, segundo moradores da região. Os protestos começaram na segunda-feira, 10, dia que marcou o 49º aniversário de um levante tibetano contra a dominação chinesa. Os manifestantes, na maioria monges budistas, são contra a dominação do governo chinês, que anexou o Tibete ao seu território na década de 50.
O dalai-lama pediu que a China pare de usar a força e que dê início a um diálogo com os tibetanos. Manifestações semelhantes ocorridas em outras oportunidades foram violentamente esmagadas pelas forças de segurança chinesas com armas de fogo e prisões em massa.
As passeatas pacíficas realizadas por monges budistas nos últimos dias deram lugar a multidões em fúria enfrentando policiais. “A situação está bem caótica nas ruas”, afirmou por telefone um tibetano que mora na região. “As pessoas estão queimando carros, motos e ônibus. Há fumaça por todos os cantos. Eles estão atirando pedras e quebrando janelas. Nós estamos com medo.”
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