(continuação)
Um homem estava metido num grande problema, porque ele precisava “aparentar”, então ele precisava ter um carro muito caro, precisava ter um apartamento enorme, mas estava metido em dívidas impagáveis e isso causava uma grande infelicidade para ele, crise de hipertensão, e tudo o mais um monge lhe disse: “mas você pode vender tudo isso, não precisa ter esse padrão de vida. Vá dormir tranquilo”. “Mas o que é que os outros vão pensar”?
Para quem ele precisava mostrar que era milionário? Só que ele não era rico, ele era endividado. E ele não conseguiu escapar disso, era possível mas não conseguiu e continuou vivendo em ansiedade. Um monge não conseguiria entender o “mundo” dele, ele precisava usar um relógio Rolex.
Então, no fundo, a prisão está na paisagem que a pessoa criou dentro da cabeça. Ela acreditou em determinadas coisas e isso a aprisionou. Nós temos que olhar pra nós e dizermos assim: “qual é a fantasia na qual eu acredito”? No Zen queremos desarmar isso.
Então a mente pode mudar, mas, se você ficar preso numa paisagem qualquer, ela pode impedir sua vida. Porque você pensa: “eu vou ser monge e isso vai me fazer feliz”. E quando você se torna monge, o quê que acontece? É só trabalho. A prioridade são os outros, não é mais a “sua” prioridade.