A contradição e o paradoxo, tão usados no zen, podem se prestar ao meramente contraditório, ao meramente paradoxal, e assim ser caminho para a confusão e tantas vezes para a licenciosidade. Por esta razão creio que o ensinamento da prática das virtudes e dos preceitos vem antes da não dualidade, e esta só pode ser abordada quando a virtude e preceitos já foram realmente incorporados.
Assim quando alguém diz: “não há certo nem errado” está se louvando da não dualidade. Acontece que no mundo convencional, onde agimos todo o tempo, há sim, certo e errado, preceitos, bom e mau carma. Não dualidade é um ensinamento profundo que só pode ser alcançado por quem já passou com sucesso pela senda da virtude, já ascendeu e transitou completamente pelo caminho da compaixão e tendo aniquilado seu eu, pode passar pelo portal da compreensão não intelectual, verdadeira, da não dualidade.