Os diferentes níveis do aprendizado | Monge Gensho

Os diferentes níveis do aprendizado | Monge Gensho

Há um símile nos ensinamentos de Buddha sobre um cavalo, e ele compara cavalos entre si, dizendo que um bom cavalo já se move apenas ao ver o chicote e que, progressivamente, existem cavalos que precisam receber dor para se moverem. Existem cavalos, no extremo, que precisam sofrer fortemente para se moverem. A ideia é a de que nós agimos assim em relação aos acontecimentos de nossa vida. Há aqueles que aprendem facilmente, apenas recebendo os conselhos dos Sutras, dos mestres, dos seus amigos, e há aqueles que têm extrema dificuldade, e só quando recebem as consequências de seus atos é que conseguem apreender algo – às vezes, nem isto, e repetem, vezes sem conta, os mesmos atos que provocam seus próprios sofrimentos.

Assim, nós devemos vigiar a nós mesmos e pensar: nós somos capazes de apreender com os outros ou é necessário que nós tenhamos a experiência e recebamos o próprio castigo que vem dos nossos maus atos para aprender a não os repetir?

O aprendizado, então, tem muitos níveis, dependendo da nossa capacidade de aprender com eles. O mais alto nível é quando somos capazes de, apenas sendo alertados pelos preceitos a respeito dos sofrimentos que provêm de determinada ação, trabalhar nossas mentes para evitá-la. E o pior de todos os níveis é aquele em que precisamos sofrer vezes sem conta as consequências de nossos atos para só então sermos capazes de pensar em mudar nossas ações, nossa maneira de pensar.

Assim, ouçamos as palavras de Buddha e tentemos ser como aqueles que bastam tomar conhecimentos de que existem más consequências para evitar pensamentos, palavras e atos que conduzem a beco sem saída, que conduzem a sofrimento, que conduzem à dor para nós mesmos e para os outros.

Teishô Matinal proferido por Meihô Genshô Sensei, setembro/2021.