(…) O carma é ação intencional, acho que alguns animais têm o nível de criar carma. Porque todas as manifestações que existem no universo, elas mesmas criaram movimento para sua própria repercussão. Você não consegue viver sem causar sofrimento, e o animal também não, ele também faz isso. Há também os frutos daquilo que ele faz.
Um animal sai pela rua muito agressivo e morde uma porção de gente, então alguém o mata, não foi ação com resultado? Foi, então é carma. Tudo tem continuidade, assim como evidentemente nós que estamos aqui já tivemos vidas anteriores em que fomos animais, e, olhando para trás, vemos que fomos primitivos, até fomos uma ameba, dois bilhões e meio de anos atrás. Você é só continuidade de vidas, só isso, continuidade de existências de vidas anteriores. Você não é mais do que isso. Você é espuma do universo, poeira de estrelas, você é isso! Nós queremos pensar que nós somos relevantes, importantes, mas não é isso.
Nós temos o imenso privilégio de sermos seres humanos capazes de pensar e estamos aqui nesse canto do universo agora, é isso que nós somos. Nós queríamos ser os reis do universo. Mas não é verdade, nós somos um tipo de animal que atingiu um determinado tipo de consciência e inteligência, sob um planeta pequeno, junto de uma estrela de quinta classe, o Sol, que está no terço externo da Via Láctea, que é uma galáxia média. É isso. Não sabíamos disso antes e pensávamos que estávamos aqui e que o universo inteiro girava em nossa volta. Nós éramos muito importantes, mas nós não somos.(…)
Trecho da Palestra proferida por Meihô Genshô Sensei, 10/08/2018, Brusque/SC.