Olhar mais longe | Monge Genshô

Olhar mais longe | Monge Genshô

Na antiguidade grega Xenófanes disse que subimos nos ombros de gigantes e por isso
enxergamos mais longe, a mesma frase foi muitas vezes repetida por outros autores,
mesmo Isaac Newton a repete em uma carta. Nós praticantes budistas podemos dizer o mesmo, nós enxergamos mais longe porque subimos nos ombros dos nossos ancestrais. Os mestres do passado, os patriarcas e matriarcas, aprofundaram o conhecimento do Dharma e o budismo é uma obra de
construção contínua, não uma obra que nasceu pronta, acabada e completa.

Através dos séculos e milênios, grandes mestres acrescentaram novas técnicas,
pensamentos e alçaram ainda mais alto o Dharma, levando-nos à possibilidade de ver mais
longe, de estar em montanhas ainda mais elevadas, em píncaros que nos permitiram olhar
mais longe e praticar de forma mais produtiva.

Assim, embora sejamos pequenos e muitos mestres do passado sejam gigantes, nós
podemos enxergar mais alto porque subimos em seus ombros. Por essa obra contínua e
por esses seres do passado capazes de descortinar conhecimentos e práticas de forma
profunda e simples, nós devemos ser profundamente agradecidos.
Reconhecer o fato de que o budismo cresceu e aprofundou-se, descartando enganos ao
longo deste tempo todo é simplesmente o exercício de nossa lucidez. Sabermos que ele
pode ser aperfeiçoado, adaptado aos tempos que ainda virão, é uma benção a qual
devemos profunda reverência.

Honremos os mestres do passado praticando denodadamente.

Teishô matinal proferido por Meihô Genshô Sensei  –  Fevereiro/2021.