O Budismo em si é uma construção contínua, não tendo sido uma revelação trazida dos céus e nem concedida por alguma divindade. Sendo a descoberta de leis naturais, de compreensão lúcida do mundo e do universo, o budismo não ficou congelado em suas primeiras proposições e, assim, através do grande movimento Mahayana conseguiu libertar-se das amarras do fundamentalismo e ser capaz de adaptações e mesmo da evolução do pensamento. Essa evolução foi propiciada por grandes mestres do passado como Nagarjuna, Vasubandhu, Eihei Dogen Zenji, todos eles grandes inovadores e revolucionários no sentido de retornar a um conhecimento original, mas desenvolvendo e sofisticando-o cada vez mais.
Agora é um grande momento para o zen, porque ao estar em novas terras e num momento de difusão muito propício em razão dos instrumentos que temos para nos comunicar, o zen pode libertar-se ainda mais. Ao retornar à fonte pura e original procuramos a pureza nos dois pilares: compreensão e zazen. Ainda temos um terceiro pilar, a sangha, a comunidade, com quem podemos partilhar o Dharma e encontrar apoio para realizarmos a prática. Sejamos profundamente agradecidos por esses pilares.
Resposta proferida por Meihô Genshô Sensei, Daissen-Virtual, dezembro de 2021.