Na foto à esquerda, Thomas Merton, escritor, conferencista, monge trapista católico. À direita o Dalai Lama, líder político e governante do Tibete,grande conferencista também, atualmente no exílio.
Ao tempo de Buddha, a primeira regra estabelecia que o monge viveria de mendicância, não trabalharia, nem guardaria nada para o dia seguinte. No zen budismo, quando este chegou à China, já havia se transformado em um movimento Mahayana, a grande tendência que levou o budismo a relativizar a distância entre leigos e monges, dissolvendo muitas diferenças. Os monges passaram a cultivar a terra dos mosteiros e ficaram menos dependentes da comunidade, um isolamento a ser considerado, desde que a mendicãncia criava laços fortes de interdependência.
O Sutra de Vimalakirti enfatiza que todas as profissões dignas são trabalhos do bodisatva, e seu principal personagem é um rico comerciante reverenciado pelos discípulos de Buddha a quem vence em debate do Dharma.
Hoje, no Brasil, e no ocidente em geral, é muito difícil que um monge seja plenamente sustentado pelas comunidades, em geral os monges são obrigados a ter seu trabalho pessoal, mais ainda se considerarmos que a maioria dos monges zen é casada em todo o mundo (um ponto relevante, em várias escolas japonesas de igual conduta a palavra usada tem sido trocada, da tradução “monge” para “reverendo”) aumentando as necessidades financeiras.
Assim os monges tem preservado a profissão pessoal, uns são massagistas, outros, tem empregos públicos, médicos, consultores empresariais, tudo dependendo de sua formação e talentos pessoais.
A habilidade de conferencista é especialmente conveniente, permite falar a diferentes públicos entremeando as necessidades destes com os ensinamentos do Dharma, percebendo que o palestrante é um monge muitas pessoas entendem a possibilidade de uma vida espiritual dentro da atividade profissional, justamente o caminho disponível para o leigo. A maioria dos praticantes de nossas comunidades conheceram o zen através destas palestras para o público em geral.