Praticante em retiro contempla o mar do Morro das Pedras. 2010.
P: Como posso “querer” mudar algo que me incomoda, se o homem verdadeiramente desprendido tem pobreza de querer?
Se o querer pertence a um eu, como agir sem um eu?
R: Existem ensinamentos provisórios e definitivos, o relativo e o absoluto, quando se diz que devemos querer mudar imagine um drogado, não deve ele lutar para querer abandonar o vício? Mas em um nível muito alto abandonar o querer não é abandonar o eu? Estamos falando em níveis muito distantes, primeiro os praticantes precisam lidar com o grosseiro para só então, tendo se tornado virtuosos e bons praticantes dos preceitos, ou seja, havendo mudado, então passarem para tentativas mais sutis do treinamento como abandonar a si mesmos e aos seus quereres.