“Se o sofrimento foi criado, construído, ele pode ser dissolvido, desconstruído. Para tanto, é necessário aprender a percorrer o caminho inverso, coisa que Padma Samten ensina com maestria. Mas só isso não é suficiente. A lucidez é alcançada pelo cultivo de uma mente compassiva, associado à realização da vacuidade, termo que não significa vazio, como muitos acreditam. Dizer que tudo é vacuidade é afirmar que os fenômenos – as coisas e as relações – não existem por si mesmos; existem apenas na dependência de; interdependentemente.
O entendimento intelectivo do conceito, entretanto, não implica em sua realização. Quando esta acontece, a visão de mundo é profundamente alterada e a pessoa sente-se conectada com o todo. A verdadeira compreensão da essência da realidade ocasiona uma abertura inigualável para o outro e para o mundo. Com exemplos retirados do cotidiano, Lama Samten explica a vacuidade da forma simples, a fim de tornar o caminho rumo à libertação acessível ao maior número possível de pessoas.
Além de ter a virtude de reunir os mais importantes ensinamentos budistas, apresentando ao leitor noções complexas e sofisticadas, livro tem o mérito de mostrar como esse conhecimento pode (e deve) ser aplicado no dia-a-dia por qualquer pessoa que deseje livrar-se do sofrimento.
O Buda disse que ninguém deveria aceitar suas ideias baseando-se apenas na fé. O praticante do budismo deve testar os ensinamentos e ver se funcionam ou não em sua vida.
“Em termos filosóficos, o budismo é uma religião extremamente sofisticada, mas que pode ser resumida em duas palavras: compaixão e sabedoria. Procurar desenvolver essas qualidades é o que todo budista deve fazer em sua prática em busca da iluminação”, diz Lama Samten. Um conselho útil a todos.”
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