Fazendo uma apreciação histórica, os Sutras Prajnaparamitas têm quase 2 mil anos, então já são Sutras do movimento mahayana. Quando olhamos o Sutra do Diamante, nós vemos que ele é antigo, porque os Sutras que foram escritos no movimento mahayana ficaram muito fantásticos. Neles, Buda vem dos céus, senta numa assembleia com milhões de bodhisattvas, os deuses hindus vêm para assistir à palestra e coisas assim. Já o Sutra do Diamante é mais antigo e, como ontem vocês viram, começa com Buda indo mendigar, depois ele lava os pés e senta para falar para uma assembleia onde não há seres sobrenaturais, há apenas Monges. Então esse Sutra normalmente é atribuído a um período entre os séculos I e II, d.C.
Frequentemente no Sutra, repete-se que não há isso, ou não há aquilo. Por exemplo: “Subhuti, o que é chamada a religião dada por Buda não é de fato a religião de Buda”. Então, o Sutra constantemente desmente a sua própria declaração e diz que aquilo que parece ser, não é, porque é só um nome. Quando essas declarações surgem, elas tentam desmontar o fato de que nós atribuímos a um conjunto de coisas um nome, querendo dar a essas coisas uma realidade. E assim nós vamos construindo nossos enganos. Nossos enganos são todos construídos em um único lugar: na nossa mente. (continua)