P: Como se dá a escolha dos nomes que os monges passam a usar após as ordenações, e os leigos depois de investiduras e votos?
R: No Zen, a ênfase na obtenção do nome é particular. Ela implica uma definição de aceitação do doador do nome como mestre do aluno nomeado. Dessa forma, é necessário que tanto mestre, quanto discípulo estejam certos de que devem aceitar um ao outro.
No Zen Budismo, o nome de praticante só é dado depois de um razoável tempo de prática. O aluno tem de fazer um objeto especial, (rakusu, foto acima), muito trabalhoso para costurar, uma peça que será carregada ao pescoço com inscrições feitas pelo mestre e com o seu nome de praticante.
Não basta pedir para ter um nome, é preciso que o professor entenda que o aluno está maduro para recebê-lo e assumir os compromissos de portador. É fácil receber uma recusa e a próxima oportunidade demora normalmente um ano em minha linhagem. Assumir um nome sem estar preparado pode ser simplesmente um mau caminho.
O monge não perde seu nome de praticante, que tem duas sílabas, e ganha mais um nome. Então, seu nome completo terá quatro sílabas. O Mestre Zen pensa muito sobre o nome que vai dar. Vi um mestre passar três dias pensando sobre o nome adequado para uma pessoa. O nome indica caminhos de realização e traça um rumo. A responsabilidade de dar e portar um nome no Dharma é muito grande.