A iluminação tem muitas graduações: elas começam com uma compreensão e uma experiência muito pequena, mas o acúmulo dessas experiências provoca um treinamento da mente, um domínio da experiência espiritual. É como se disséssemos que uma pessoa poderia viver permanentemente na situação de Kenshô e que só estaria fora dessa situação ocasionalmente.
Houve um grande mestre chamado Tozan (inclusive nossa escola chama-se Soto, sendo que este “to” vem da primeira sílaba do nome de Tozan). Tozan estava em seu templo, e havia uma deidade (essa é uma história mítica), que queria vê-lo, mas essa deidade só podia ver alguém quando este alguém cogitava sobre algo. Assim, Tozan passava e a deidade não podia vê-lo. Então essa deidade foi à cozinha, pegou farinha e a jogou um pouco no chão. Tozan vinha caminhando pela cozinha, e, súbito, viu a farinha caída no chão, pensando: “como alguém pode ser tão descuidado?”. Nesse momento, a deidade pôde vê-lo.
Essa é uma descrição do estado iluminado da mente de Tozan. Todo o tempo em que vocês estão fazendo cogitações, julgamentos, pensando sobre pessoas, coisas, etc., a iluminação não está presente, porque só está presente uma turbulência mental.