No passado um grande mestre disse “o grande caminho não é difícil para aquele que não tem preferências”. Quando não colocamos nossas opiniões, nossa maneira de reafirmar nosso próprio eu ou a nossa forma em todas as coisas, se não fizermos isso, tudo instantaneamente está conforme com a nossa preferência íntima, que vai além de gosto ou não gosto.
Seja o dia com sol ou com chuva, ambos são dias que apreciamos. Faça frio ou calor, aceitamos com alegria. Se não colocamos e não sentimos alegria em todas as coisas que ocorrem, tais como elas realmente se apresentam, alguma coisa há de errado com nossa prática, porque a verdadeira prática tem uma profunda aceitação das condições e de como o universo se manifesta. Mesmo o acontecimento mais trágico, como quando estamos no fim de nossa vida, é olhado com aceitação e alegria.
O tempo de viver é o tempo de viver. O tempo de morrer é o tempo de morrer. Cada um deles tem sua própria alegria. Quando sentamos em zazen e sentimos desconforto, esse desconforto é da própria vida. Nós o aceitamos e voltamos a sentar sempre, sem colocar nossa preferência, nossa opinião em coisa alguma.
Quietamente sentados ouvimos os sons e os aceitamos sejam quais forem. Se formos capazes de agir assim, nem apego e nem aversão poderão nos atingir. Por isso o mestre disse “o grande caminho não é difícil para aquele que não tem preferências”.
Teishô matinal proferido por Meihô Genshô Sensei – Fevereiro/2021.