” Sete, sabedoria. Desenvolvendo aprendizagem, aplicação e compreensão a realização é a sabedoria. Buda disse, “Praticantes, se vocês tiverem sabedoria vocês não se apegarão aos desejos, vocês devem examinar a si mesmos continuamente e não permitir nenhum descuido, pois este é o caminho da iluminação. Aqueles que não praticarem isso não serão monges nem leigos, não há como se referir à eles. A verdadeira sabedoria é como um barco seguro para atravessar o oceano da doença, velhice e morte, como uma tocha luminosa na escuridão da ignorância, como um bom remédio para todas as doenças, é como um machado afiado para cortar a árvore das ilusões. A sabedoria resultante do ouvir, refletir e praticar o dharma pode assim ser usada para aumentar o mérito no caminho. Se alguém chegar a possuir a luz da sabedoria poderá ver a verdade com seus próprios olhos”.
Isso nós estamos fazendo agora, estamos ouvindo o Dharma. Estamos ouvindo o que Dogen escreveu em mil duzentos e cinqüenta e três, não estamos jogando fora essa sabedoria, estamos tentando aprende-la, mas é difícil obter a sabedoria, porque apenas ouvir é uma bela atividade, mas ela tem que ser transformada em prática, porque senão ficaremos como os mestres Zen normalmente dizem, “não fale das palavras de Buda”. Isso é o que os mestres Zen diziam para monges, quando esses retrucavam, “Ah, mas os sutras dizem isso!”, “não me diga as palavras de Buda, não gosto das palavras de Buda, me dê suas próprias palavras”. Não é que eles desprezassem as palavras de Buda, o que eles não gostavam era a mera repetição das palavras de Buda, porque isso não possui nenhum significado. Então, “não me fale das palavras de Buda, quero ouvir sua palavra, sua verdade, sua prática como é, o que você está vivendo?”, isso é que importa, o resto são só palavras, não é sabedoria.
Não devemos confundir este ensinamento com a crença de que a sabedoria dos outros é inútil, é sim sem sentido quando não acompanhada de prática, porém se mostra-se com ações ela é verdadeira, se assim não fosse os mestres não se esforçariam tanto para difundir o Dharma.