No Dharma com pipoca deste mês de maio teremos a exibição do filme francês “Homens e Deuses”, vencedor do Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes em 2010, que ocorrerá no próximo sábado dia 07/05 às 15:30 durante o ‘Zazenkai de Maio’. Para aqueles que não puderem participar do zazenkai, poderão vir para exibição do filme. Contribuição sugerida de R$:5,00.
Sinopse
Inspirado em fatos reais, ocorridos na Argélia em 1996, “Homens e Deuses”, do diretor francês Xavier Beauvois, retrata a vida monástica de um grupo de oito monges trapistas franceses que vivem em um mosteiro localizado no alto de uma montanha ao norte da Argélia. Liderados por Christian (Lambert Wilson), eles vivem em perfeita harmonia com a comunidade muçulmana local. O exército oferece proteção contra as ameaças que surgem, mas os monges a recusam. Preferem levar sua vida de forma simples, dando continuidade à sua missão independente do que vier a acontecer com eles. Vencedor do Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes em 2010, “Homens e Deuses” detalha a vida despojada destes religiosos que, dedicam seu tempo a orações, cânticos e trabalho agrícola, numa atmosfera de silêncio e contemplação.
A atitude ascética não os impede de atender a necessidades mais urgentes da empobrecida população local, que faz diariamente enormes filas para procurar o irmão Luc (Michael Lonsdale), único médico e fornecedor de remédios num raio de centenas de quilômetros na cordilheira do Atlas.
Com inteligência sutil, o filme permite que se reflita sobre essa benevolência do Ocidente diante das populações do antes chamado Terceiro Mundo – que a França, entre outros países, colonizou, instituindo um modelo de dependência e pobreza em diversas dessas ex-colônias, inclusive a Argélia. Quem verbaliza este sentimento, não por acaso, é o prefeito local, que não esconde a rejeição aos franceses, monges ou não.
Num filme que fala sobre a leitura que tanto católicos quanto muçulmanos fazem de seus escritos sagrados, e a responsabilidade que essa leitura acarreta, Homens e Deuses parafraseia o salmo que, nos créditos iniciais, havia servido de epígrafe: “Vós sois deuses / Todavia morrereis como homens”.