Finitude e Crença (parte 3)

Finitude e Crença (parte 3)

São Josafá – Santo Católico

Mesmo o monoteísmo não escapou de incorporar divindades locais, de modo a ter de admitir dentro de si o politeísmo das pessoas que criam nas interferências. Nós podemos ver no Cristianismo moderno a presença de muitos santos, que são, na verdade, a sobrevivência de deuses locais, a quem você pode pedir para interferir. Na Irlanda, por exemplo, Brígida era a divindade local, e ela então foi transformada em Santa Brígida, padroeira da Irlanda. Uma coisa semelhante aconteceu com a sobrevivência do budismo encontrada no oriente médio, e Buda foi transformado, canonizado como santo, e está no panteão católico como São Josafá, algo muito interessante para nós observarmos.

No sec. VIII DC percebendo a semelhança dos ensinamentos budistas com que tiveram contato, cristãos identificaram Buda como beato. Em 1585, o beato foi canonizado como São Josafá (Budasaf)
(Na ilustração deste post está “São Josafá Kuncewycz” outro santo, desta vez ucraniano, o qual não deve ser confundido com São Josafá (Buda) do sec VIII.)
Referência pode ser encontrada em “Literatura Oral do Brasil” de Luís da Câmara Cascudo (historiador, antropólogo, advogado e jornalista brasileiro).

[Nota de Edição: o desenvolvimento do tema prossegue nas próximas postagens, apesar de o título ‘Finitude e Crença’ encerrar-se aqui.]