É inevitável, quando perdemos alguém, que as lembranças nos assolem e que sempre sintamos que podíamos ter feito mais. E sempre vamos rememorar os tempos passados, isso fará com que nos sintamos mobilizados e com uma dor no peito.
No entanto, na verdade do Dharma não existe um real ir e vir. Estamos sempre aqui. Estamos apenas nos manifestando repetidamente e não conseguimos sair desse ciclo. Nascemos e morremos, e esses são eventos simples que no conjunto de milhões de vidas pouco significado tem, porque somos essencialmente continuidade kármica se manifestando.
Todos os nossos ancestrais estão conosco na nossa própria pele, nos nossos próprios ossos. Nós e eles somos expressão da continuidade da vida. É natural que sintamos dor e falta. Se não sentíssemos essas coisas seríamos seres muito estranhos, mas se penetrarmos mais profundamente na eternidade da existência, na imutabilidade essencial do vazio, então estaremos livres de sofrimentos.
Assim, repousemos tranquilamente tentando penetrar nesse universo sem fim.
Resposta proferida por Meihô Genshô Sensei, Daissen-Virtual, dezembro de 2021.