Pergunta: A maneira correta de enxergarmos essas situações é vendo que tudo é efeito kármico?
Monge Genshō: Sim, porque karma significa ação e isso são frutos das nossas ações. O karma não pensa se é bom ou ruim, se vai causar consequências positivas ou não.
Pergunta: É possível que pessoas que não tenham criado esse karma venham padecer pelas consequências dele? Ou necessariamente essas pessoas teriam criado karma em vidas passadas para sofrer as consequências?
Monge Genshō: Buddha aconselha a não fazer essa discussão. Porque os efeitos kármicos são tão complexos que se você ficar pensando em cada possibilidade não vai ter fim. Se você nasce como ser humano estará sujeito aos efeitos kármicos, às casualidades também, da condição humana. E nem tudo é karma também. Estamos aqui agora, pode ser que aconteça uma casualidade e o teto caia sobre nossas cabeças, isso não é karma é o teto caindo. Não dá para atribuir uma solução do tipo “eles tinham karma para estar naquele local”, não é isso.
Simplesmente porque somos seres humanos estamos sujeitos a acontecimentos deste tipo, estamos sujeitos às doenças, aos desastres, etc. Não dá para colocar isso como karma. Temos que nos concentrar nas nossas ações intencionais que geram karma. São essas ações intencionais que interessam, são sobre elas que podemos agir.
Trecho de palestra proferida por Meihô Genshô Sensei, novembro de 2019 – Concórdia/SC.