É apenas a continuidade da própria história da vida | Monge Genshō

É apenas a continuidade da própria história da vida | Monge Genshō

[CONTINUAÇÃO]


Monge Butsukei: Sensei! Como sair do modo automático?
Genshō Rōshi: Nós precisamos acordar do sonho, não é? Para acordar do sonho é necessário praticar meditação para perceber o quanto a nossa mente está envolvida com pensamentos sucessivos que fazem com que as pessoas vivam como se fossem zumbis repetindo comportamentos automáticos. Isso exige um treinamento, não vai acontecer nada por um simples conselho. É necessário realmente praticar o zazen para nos tornarmos senhores das nossas mentes.

Monge Butsukei: Sensei! Como posso me aprofundar mais nos ensinamentos? Há fontes de estudo? Há sugestões?
Genshō Rōshi: Sem dúvida, a primeira sugestão que eu daria é que você se inscreva na tutoria da sobre budismo. Esta tutoria foi concebida como uma maneira de ensinar sem que as pessoas se comprometam inicialmente como uma escola ou com uma determinada orientação, ouvindo aulas, como essa especificamente, concebidas para iniciar as pessoas nos conceitos budistas.

Monge Butsukei: Se todos os humanos se iluminarem, interromperem o ciclo do Samsara, e se unirem a todas as coisas, seria o fim da raça humana?
Genshō Rōshi: Nem precisaria disso para o fim da raça humana. A raça humana não tem muito tempo de existência. Talvez uns 500, 600 mil anos segundo as últimas estimativas. E entre os hominídeos na Terra, nós somos uma das cinco espécies conhecidas 500.000 anos atrás. Que dessas cinco espécies, apenas nós e os neandertais sobrevivemos mais tempo. Os neandertais até uns 30.000 anos atrás. E, parece que nós estamos fazendo o suficiente para que a nossa espécie humana termine mais rápido junto com o nosso próprio planeta. E de qualquer jeito, dado tempo suficiente nós nos tornaremos um outro tipo de ser que olhará para nós homo sapiens, como nós olhamos para os chimpanzés hoje dizendo: “Oh, como eram primitivos naquele tempo, não é?” E, portanto, não acredito que haja nenhuma esperança de uma permanência sem limites da raça humana mesmo que nós viajemos para outros lugares e prossigamos lá. Evoluiremos e nos modificaremos e seremos algo diferente do que somos hoje. Não há nenhuma novidade nisso. É apenas a continuidade da própria história da vida.

Monge Butsukei: Seus filhos também são budistas, Sensei?
Genshō Rōshi: Alguns se consideram budistas, outros não se consideram budistas. É uma escolha livre que nós damos aos nossos filhos. Nós não obrigamos nenhum filho a ir a um templo budista ou fazer as práticas budistas. Faz a prática budista quem quer. Se depois amadurece, chega um tempo em que aquilo se torna importante e a prática budista torna-se relevante, então ele vai realmente se interessar e praticar porque já aprendeu os fundamentos durante uma vida dentro de uma casa budista.

Monge Butsukei: Sensei, como lidar com fofoca e mentira no trabalho?
Genshō Rōshi: Bom, a empresa é bastante responsável pelo fato. Se por acaso a empresa cria ambiente para isso então, há o ambiente. Se isso é desencorajado não se ouve e se a informação é livre e bastante abundante, então não há porque haver fofoca. Agora existem também as fofocas de competições pessoais e isso depende também da chefia. Se ela ouve, se ela se pauta por isso, aí você pode caminhar para um mundo bastante complicado. Portanto, é necessário que as chefias aprendam a respeito de gerenciamento humano para que um ambiente de segurança e informação ampla diminua as conversas paralelas ao mínimo. Mas essa é uma pergunta que nem é para um monge. É na realidade para um consultor de empresas.


Resposta proferida por Genshō Rōshi na live sobre “Como gerenciar a vida com sabedoria”, do canal Sobre Budismo, durante o ano de 2022.