Eu estava tendo uma entrevista, um dokusan, há pouco tempo, e o aluno me pediu uma explicação melhor para o que eu estava dizendo sobre nossa identidade, então usei esta: nós temos aqui um copo d’água. Esta água que está aqui dentro está delimitada pelas paredes do copo e assim este cilindro contém uma quantidade determinada de água. Eu digo que existe aqui um copo d’água e todos concordam, não é verdade? Mas o Sutra diz: não é verdade. Eu estou atribuindo qualidades e características a esta água e assim eu a delimito, por isso na minha mente ele é um copo d’água. Vocês também são assim. Delimitados com seus corpos, com seus pensamentos, com as coisas que aconteceram em suas vidas, com os seus carmas e com seus movimentos cármicos. Vocês são como um copo delimitado e dizem “eu sou”. Se eu pego este copo e jogo ali no mar, deixou de existir algum átomo desta água? Não. Toda a água continua, nada está perdido, tudo que havia aqui continua existindo, no entanto eu joguei o copo no mar e ele é indistinguível. Eu não sei mais onde está o copo ou onde está a água, mas toda ela está lá.