Correspondência entre monges - Karen Armstrong

Correspondência entre monges - Karen Armstrong

> A publicação simultânea de Em Defesa de Deus,da teóloga Karen
> Armstrong, e do autobiográfico Hitch-22, do rebelde Christopher Hitchens,
> traz à tona novos argumentos para o debate religioso.
>
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110219/not_imp681716,0.php>
> – Gasshô
>
> Rev. Wagner (Sh. Haku-Shin)
Caríssimos Irmáos no Dharma,
A postagem dessa excelente matéria me estimula a fazer algumas considerações:
Conheço muito bem a obra da Profa. Karen Armstrong e a considero muito mais uma Historiadora das Religiões do que uma teóloga. Digo mais: uma excelente historiadora das religiões, uma digna continuadora e sucessora de Mircea Eliade, talvez o maior historiador das religiões do século XX. Ela foi freira católica, perdeu a fé, deixou o convento e, através do seu trabalho de pesquisadora e divulgadora da História das Religiões, ela recuperou a fé, mas não mais aquela fé convencional presa a uma determinada confissão religiosa. Trata-se de uma fé dirigida a uma religiosidade que transcende religiões constituídas e dogmatismos, uma Fé no Sagrado além de suas formas e manifestações convencionais, diria eu. Quem ler sua autobiografia espiritual “A Escada Espiral” perceberá mesmo que sua fé tem uma dimensão esotérica ou iniciática: a “Escada Espiral” é um velho tema iniciático. Esse livro nos permite entender a própria vida da autora como um percurso iniciático marcado pela experiência cde “morte-e-renascimento”, ou, como prefere dizer a Autora, pela ascenção da Escada Espiral.
Dentre as várias obras de Karen Armstrong, recomendo a meus irmãos budistas sua biografia do Buda Histórico Shakya Muni: “Buda”, Coleção “Breves Biografias”, Rio, Editora Objetiva, 2001. É um livro bastante objetivo com uma bibliografia muito bem atualizada.
“Last, but not the least”, confesso que gosto muito de ler autores ateus inteligentes como Richard Dawkins, Christopher Hitchens, Sam Harris e Michel Onfray. Recomendo particularmente o livro mais recente de Sam Harris, “A Morte da Fé”, em que ele se mostra bastante próximo do budismo, a respeito do qual desenvolve uma argumentação extremamente interessante. Os ateus funcionam como uma espécie de espelho em que nós religiosos podemos ver refletidas nossas mazelas.
Gasshô,
Shaku Riman
(Shaku Riman é o nome monástico do Rev. Prof. Dr. Ricardo Mário Gonçalves)