Acreditar no Bem e no Mal é crer na dualidade como modo de compreender o mundo. Esta opção pela dualidade implica que há a capacidade de traçar uma linha clara entre o bom e o ruim, esta linha definida, clara, exata, exige um julgamento perfeito e a crença em que as coisas ou estão de um lado ou do outro, sem nada cinzento ou indefinido ou contextual. Mesmo que introduzamos aí um campo neutro ainda existe a necessidade de desenhar a linha entre ele e o mal e o bem nos seus limites.
Este problema filosófico foi bem examinado, no budismo mahayana, por Nagarjuna, que destruindo este pensamento dualista e negando a capacidade de afirmações deste jaez, estabeleceu as bases do pensamento das escolas que dele descendem, inclusive o zen.
Pode-se considerar que esta postura dicotômica entre bem e o mal é a dominante na tradição judaico/cristã/islâmica, assim temos um julgamento final, um paraíso e um inferno definidos, e mesmo um Deus do bem e um demônio que detem os poderes e intenções do mal. Mas é bem diferente este entendimento do budista.