Então no sesshin nós trabalhamos isto. Nós tentamos não ter apego. Então trabalhamos as coisas mais básicas. Menos sono porque somos apegados ao sono, então acordamos as quatro da manhã; a comida: então comemos de forma bem simples e silenciosa prestando atenção nos sabores mas sem colocar eu gosto, eu não gosto disso, comemos o que tem e completamente, e sem pensar eu gosto, eu não gosto. Não agradecemos nem nos desculpamos porque isso é eu, ego.
Não corrigimos os outros (exceto entre os monges quando há hierarquia) porque quando corrigimos os outros o que está acontecendo é: eu acho que sei mais e por isso então vou corrigir ou vou ensinar. Não é o momento de ensinar, não é o momento de corrigir. No sesshin é o momento de calar a boca, não é o momento de fazer observações para mostrar que estou entendendo, porque fazer observações para mostrar que estou entendendo é mostrar que eu é que estou entendendo, eu que sou inteligente e estou entendendo, então calar é estratégia para tirar a força desse eu que quer se manifestar.
Atenção a cada detalhe do que estamos fazendo para quê? Para ficarmos presentes no momento e não viajarmos para o passado nem para o futuro. Agora durante o período do samu eu estava costurando e é maravilhoso costurar no sesshin, porque é silencioso, você está sozinho fazendo uma única coisa que parece que não tem fim, porque o manto é muito grande, e você dá pontos e pontos e acaba a linha ou arrebenta a linha e você tem que dar um nó de novo e recomeçar, excelente para parar e não se importar porque a linha arrebentou. Não fazer nenhum comentário interno, nenhum comentário, nem de agrado, nem de desagrado, simplesmente continuar fazendo ponto por ponto, continuar, aí você erra, desmancha e começa de novo.