Não há movimento em nós, não precisa existir, se pararmos esse movimento e apenas refletirmos, o que não significa não pensar, mas sim estar além do pensar e não pensar, então refletiremos a dimensão suprema. Esquecendo de nós mesmos, mergulhando na dimensão suprema, nós seremos o próprio universo, entenderemos a natureza dos deuses, seremos indestinguíveis dos deuses porque, ao morrermos para nós, permitiremos que a dimensão suprema se manifeste.
É essa nossa tarefa no sesshin, por isso não desperdice o sesshin com palavras vãs ou pensamentos tolos, não permitam que sua mente critique e julgue, não interprete, aceite tudo como vem, como vai acontecendo, cada um está sozinho no sesshin, o professor não pretende arrastar carismaticamente nem liderar as pessoas. A ambição do Zen é libertar. Libertar-nos de nossa própria ilusão. Toda a técnica e o ambiente do Zen foi concebida dessa forma, para estarmos conscientes dos momentos presentes, calarmos nossos pensamentos e aprendermos profundamente sobre nós mesmos.
Todos somos iniciantes, também sento e me vem pensamentos, deixe-os passar isto nunca cessará completamente. O que precisamos é de experiência de momentos de dimensão suprema. Dessa forma sentamos e lutamos para ter lapsos de dimensão suprema, para enxergamos a dimensão suprema, esquecermos de nós mesmos, se tivermos lapsos de dimensão suprema não precisamos de fé alguma, e ninguém precisará acreditar no Budismo, pois trata-se de uma experiência, simplesmente sente e experimente, se você vir um lapso da dimensão suprema você saberá que ela existe e assim poderá aprofundar essa experiência, fazendo com que seja mais prolongada através do treinamento, da insistência e da prática continuada, então, em vez de segundos, você terá centenas de segundos, minutos. Até que um longo samadhi se estabeleça.