Observação de aluno – A gente começa a entender o mundo diferente também quando começa a querer ler os textos e tentar entender o Zen e essas coisa do não eu. Quando lemos em conjunto para tentar entender, tem uma hora que de tanto tentar entender intelectualmente a coisa passa a não ser mais viável (…) acho que tem que ser mais natural, se a gente fica muito intelectualizando, tentando discutir teorias, nos perdemos.
Monge Genshô – Nós devemos ler, mas discutir não vai ajudar. Mesmo na Sangha (comunidade) quanto menos as pessoas tentam impor uma opinião melhor. Eu penso isso ou eu penso aquilo, isso não é muito útil. Por isso no sesshin uma prática muito importante é o silêncio, não falar.
Observação de outro aluno – Posso falar pela experiência de um grupo de prática em Florianópolis, sem professor. Tínhamos um grupo e um professor, só que ele não morava em Florianópolis. E o grupo começou com as pessoas tentando sozinhas(…)basicamente o grupo se reunia para o zazen. E tentamos fazer disso o ato mais recorrente possível, nós tínhamos três reuniões semanais com o grupo, e nós tínhamos muitos praticantes, no zen quatro praticantes já é demais, chegamos a ter um grupo de dezoito e todos tinham um comprometimento muito forte pela prática, a prática diária de uma pessoa parece que não tem muita força, parece que quando se senta sozinho falta alguma coisa , mas se o grupo se reúne constantemente ele se fortalece. Nós sentávamos quarenta minutos, líamos um texto e tomávamos chá, essa era a prática. E tentávamos a cada três meses trazer o Monge Genshô para fazer um retiro, fora isso começamos a criar atividades, fazíamos zazenkai (…)mas se vocês se reunirem e chamarem professores do Dharma com certeza eles virão até vocês, mesmo estando longe. A prática é uma coisa muito forte, a prática individual e a coletiva se completam.