A criação da ordem feminina deu-se quando Prajnapati, tia de Buda, chegou com as amigas e disse: “nós queremos entrar na ordem”. Buda pensou: “Essas mulheres todas junto aos monges não vai dar boa coisa”.
Ananda, que é o segundo sucessor de Buda – sucedeu Mahakasyapa -, era um homem que apreciava as mulheres. Estava sempre rodeado delas. Levou 40 anos para se iluminar, e só se iluminou quando Buda morreu. Há, inclusive, um episódio em um Sutra em que Buda pergunta: “ e cadê Ananda para me secretariar?”. “ Ah… ele encontrou umas moças ali na aldeia e ficou por lá”. Buda então manda buscá-lo, e as moças também, e todos sentam-se para ouvir os ensinamentos de Buda. Até a morte de Buda, Ananda não se ilumina, e é ele que defende Prajnapati. Disse para Buda: “ Venerável, o senhor não disse que homens e mulheres são iguais na sua capacidade de se iluminar?”, do que Buda responde:“ sim, eu disse”. “Então como é que o senhor não vai permitir que haja mulheres na Sangha? Crie uma ordem separada para as mulheres”. E Buda disse: “ É boa a ideia” . Buda concorda, e cria-se então uma ordem, da qual a primeira mestra é Prajnapati.
Essa foi a linhagem feminina que, como eu expliquei, infelizmente acabou no século XIII.
[N.E.: trecho de transcrição da palestra realizada por Meihô Genshô Oshô, em novembro de 2016.]