Nossa verdadeira natureza jamais se altera. O que ocorre é que nos perdemos da nossa verdadeira natureza absoluta, calma, não-sujeita ao tempo, e nos perdemos na nossa manifestação individual, querendo ser isto ou aquilo. Pensamos em sermos bons praticantes e, então, nos decepcionamos conosco mesmos por não sermos perfeitos como supomos. Mas tudo isso são apenas aparências, porque, na realidade, sempre fomos a própria natureza absoluta.
Quando esquecermos de nós mesmos, quando esquecermos nossos objetivos pessoais, nossos desejos de ser isto ou aquilo, de sermos melhores ou de nos compararmos com os outros, quando não quisermos mais cargos, fama, honra, então estaremos de volta à nossa natureza absoluta.
Não existe progredir ou regredir realmente, só existe retornar a reconhecer nossa natureza, voltarmos a ser a nossa verdadeira essência, e não nos perdermos mais nas coisas da individualidade e nos caminhos tortuosos do mundo. Se virmos nossa verdadeira natureza, não haverá mais ir, nem vir, nem mortes nem nascimentos, mas apenas a paz perfeita.
Sentamos em zazen, imóveis, para nos distanciarmos da manifestação que somos agora, e para mergulharmos e enxergarmos nossa natureza absoluta, nossa verdadeira natureza. É por isso que é necessário parar a inquietude da mente e o movimento do corpo, para termos a oportunidade de enxergar aquilo que nos ficou oculto e perdido durante tanto tempo. Simplesmente repousamos e deixamos que a paz retorne aos nossos corações.
Teishô matinal proferido por Meihô Genshô Sensei, em Outubro de 2021.