A Mendicância e o Vegetarianismo

A Mendicância e o Vegetarianismo

Quando o budismo sai da Índia e vai para a China e para outros países onde há frio, dar comida aos outros não é tão comum como na Índia. A Índia era um local muito rico, que tinha uma agricultura como no Brasil, onde tem comida o ano todo, possuem facilidade para o plantio e a comida está sempre disponível. Já na China não era assim, então a mendicância era mal vista. O que acontece com o budismo? Ele começa a ficar em monastérios onde os monges se reúnem. Esses monastérios possuem terras em volta, e o único jeito de comer é trabalhando. Os monges então começam a ser agricultores, mas a regra diz que eles não podem matar, e a própria maneira de comer teve que mudar.

Com a prática da mendicância sendo possível, o que colocassem dentro da sua tigela você tinha que comer, então a regra de não matar era colocada da seguinte forma: você não podia permitir que alguém matasse para alimentá-lo, mas se o animal já tivesse sido morto e a carne dele fosse colocada dentro da sua tigela, você tinha que comer. A regra é: não diga nada, aceite o que vier, apenas evite que uma morte ocorra por sua causa.

Já na China, com os monges tendo que trabalhar para se alimentar, a regra de não matar cria uma cozinha vegetariana dentro dos monastérios. O monastério começa a servir só vegetais e cereais, nada de origem animal. Esta é a origem da cozinha shojin ryori, tradicional dos monastérios zen, que na prática é vegana.
[Trecho de palestra proferida por Meihô Genshô Sensei]