Zen quer dizer meditação, em última análise da palavra. Zen vem do sânscrito dhyāna, através de muitas transliterações. Dhyāna, Jhana em Pali, Ch’an e Zan em Chinês e Zen em japonês. Chegou ao Brasil como Zen, mas quer dizer meditação. A prática central do Zen é a meditação, porque é necessário calar esta mente, que se sente separada, para que ela tenha condições de ampliar sua visão e enxergar a dimensão Suprema. Não estamos falando de deuses, nem de salvadores, nem de profetas e nem de nada disso. Nem de promessas para futuros fantásticos. Estamos falando de uma percepção aqui e agora. E de uma felicidade aqui e agora. Porque se a visão mudar, se nós trocamos esses olhos pelos olhos de Buda e enxergamos como Buda, aí não vemos mais a árvore na floresta, a onda no mar etc. Vemos o mar, vemos a floresta e olhamos os homens e vemos a vida e não as pequenas vidas individuais. E olhamos para nós mesmos e não nos vemos como uma onda separada ou como uma árvore, mas sim como participante dessa grande dimensão Suprema. Esta é a descoberta de Buda. Só que compreender intelectualmente não funciona. Posso explicar, nós podemos entender o raciocínio. Mas cadê o verdadeiro sentimento, o sentimento real? O sentimento real não emerge e nós continuamos perdidos em ganância, aversão, apego, em todos esses defeitos mentais que faz com que soframos.