Quem vê a originação interdependente, vê que todas as coisas são uma, e que seu próprio eu é puramente ilusório. Mas não basta entender isso: é preciso sentir. Então, se sentir, nada tem mais importância.
Há a história do monge que está em uma cidade invadida, e então entra um soldado, e ele está ali, sentado tranquilamente. O soldado, indignado porque ele não teme sua presença, mostra-lhe a espada suja de sangue, dizendo: “você não vê que eu posso matá-lo em um instante?”. E o monge olha para ele e, calmamente, diz: “mas você não vê que eu posso morrer num instante?”.
Em verdade, ele está a dizer: “e daí que você acha que tem algum poder? Você não tem poder nenhum. Eu não vou nem venho. Para mim, tanto faz estar aqui ou não, estar vivo ou morto – tanto faz”.
Não há nem ir, nem vir. Essa é a noção perfeita. É a iluminação. Por isso todo o medo desaparece. Todo o medo de morrer desaparece.