(CONTINUAÇÃO)
Também pode se dizer que os Buddhas levam os seres sofredores sobre os ombros e como uma vez disse Nishiari Bokuzan Zenji: inclusive Śākyamuni Buddha acaba de começar a prática. A Transmissão do Dharma significa que o ensinamento do mestre se descobre em ti mesmo. Descobre-te a ti mesmo, descobrir se a si mesmo, significa ao mesmo tempo criar-se a si mesmo. Uma pessoa comum que descobriu a si mesma não é mais uma pessoa comum, pois o conteúdo de toda pessoa comum é de um Buddha. Mas um Buddha não é só um Buddha, o conteúdo de todo Buddha é uma pessoa comum. Buddha e a pessoa comum são um e distintos. Distintos e um só; não se pode separá-los.
Andar o Caminho de Buddha significa mudar a frequência de teu corpo e do teu eu para sintonizar a do Universo, e praticar em união com todos os Buddhas. A isto eu chamo: a transparência, e a esse respeito se poderia dizer da vida eterna que vai mais longe que a vida e a morte de todos os indivíduos. Em meio ao efêmero, vais descobrir algo que não muda em toda a eternidade. No Samādhi não há nenhuma pessoa comum, nem Buddha, nem união entre a pessoa comum e o Buddha. Por isso se diz que todas as coisas sobre a terra e o céu compartilham as mesmas raízes, mas isso não significa que deixas de existir. Esquece o ver, esquece o compreender. Quando desaparece a costura entre uma pessoa corrente e o Buddha, não resta mais que o zazen. Ali se encontra o verdadeiro significado de converter-se em Buddha.
Zazen não afirma ser iluminação. Zazen nem sequer é consciente da Iluminação, por isso zazen é Iluminação. O que se denomina Iluminação é fazer-se um consigo mesmo em união com todo o Universo.
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Trecho da leitura da Palestra 39 de Sawaki Kōdō por Meihō Genshō Rōshi no Daissen Virtual em agosto de 2023.