Prisões | Monge Genshō

Prisões | Monge Genshō

(…) As pessoas amam suas prisões, querem viver muito, querem voltar de novo, acho isso confortável só porque esqueceram, porque se você lembrasse o milhão de vidas que já viveu ficaria arrasado com todos os crimes que já cometeu, com todas as coisas horrorosas que já aconteceram, com todas as coisas boas que já perdeu, com todos os amores que já teve. Se nós tivéssemos memória estaríamos agora arrasados, que bom que nós esquecemos.

Esse pensamento “se você acha que vem ou que vai ainda não entendeu” é realmente inquietante. Esses dias falei para um jovem que ficava falando em suicídio: “você não vai resolver nada, só projeta a situação presente para o futuro, todas as suas angústias, todas as suas dores serão repetidas”. Pode nascer mil vezes como deprimido, sempre pensando em suicídio até que aprenda a se voltar para o universo e então poderá se livrar do problema. O suicídio não resolve nada, só causa mais sofrimento para as pessoas em volta.

A imprensa, por convenção, não publica sobre suicídio para não piorar o problema, para não dar ideias aos outros. Então o suicídio é um tema pouco falado, por isso quando temos contato com pessoas que consideram isso devemos explicar para elas que isso não é saída. A saída é mudar seu karma agora, mudar sua maneira de ver e de repente a vida pode se tornar feliz e o mundo em volta completamente diferente.

A diferença entre samsara e nirvana é a maneira de olhar. Aqui, agora, é samsara, mas também é nirvana.

Trecho de palestra proferida por Meihô Genshô Sensei, novembro de 2019 – Concórdia/SC.