É porque temos esse corpo que nos é possível imitar Buda. Buda também tinha um corpo humano e também sofreu angústias e teve desejo de entender o sentido de sua existência. Porque ele não conseguia uma solução, ele abandonou tudo, raspou sua cabeça e foi para a floresta viver como os ascetas e procurar um Mestre. Buda treinou com dois Mestres yoguis: Brahmaputra e Alara Kalama, e cada um deles o levou para o caminho da meditação. No fim, ambos pediram a Buda que fosse o seu sucessor, mas Buda ainda não estava satisfeito com as respostas que havia encontrado, então tratou de sentar-se sozinho.
Depois de ter aprendido tanto e ter estado sentado sozinho tanto tempo, Buda atingiu o despertar. O que ele fez é exatamente o que nós tentamos fazer com nosso corpo – nós imitamos Buda. Essa imitação tem grande poder: nós sabemos que não somos Buda, mas nos sentamos como ele e, ao estarmos sentados como ele e nos esforçarmos como ele, nós reproduzimos o que Buda fez, e, sem perceber, nós nos tornamos como ele. A imagem é: se você imita um ladrão e rouba algo, você se torna um ladrão. Não adianta dizer “eu só estava brincando ou fingindo”, não importa a finalidade que lhe motivou a roubar, você é um ladrão. Por isso, aquele que imita e faz da mesma forma que Buda se torna Buda. Quanto mais nós imitarmos as atitudes de um Buda, mais nos tornamos Budas.
[Trecho de palestra proferida por Meihô Genshô Sensei]