Alguns propõem um budismo sem instituições, sem hierarquias, sem mesmo iluminação, ao tentar criar algo diferente de Buddha ainda o querem chamar de buddhismo. Ken Wilber comenta com severidade esta idéia chamando-a de Buddhismo Boomeritis:
Genshô
“O resultado é um Buddhismo que reivindica ser igualitário,pluralista, não-marginalizante, anti-estágio, e especialmente anti-hierarquia. E, ai, todos os movimentos da “perversa idéia-replicadora verde” entram em jogo: ele reivindica ser igualitário, mas na verdade condena todas as visões que discordam disto (mas como isto é possível, se todas as visões são verdadeira ente iguais?) rejeita o modelo
professor-estudante, desde que sejamos todos amigos espirituais ligados ao mesmo caminho (mas por que as pessoas estão pagando tanto dinheiro a estes professores, se somos todos iguais?) rejeita a hierarquia em qualquer natureza (mas por que classifica sua visão como melhor do que todas as alternativas?) reivindica que o pluralismo é a verdadeira voz do Mistério Divino (mas por que rejeita todas as numerosas outras vozes que discordam dele?) E às vezes chega ao ponto de negar completamente a importância da Iluminação, porque todas as experiências espirituais devem ser vistas igualmente sem qualquer julgament o ou classificação hierárquica, e afirmam que existir algo chamado ‘iluminação’ insinuaria que aqueles não iluminados
de alguma maneira são inferiores, e isso não é uma coisa agradável para dizer, e portanto não diremos isto. A verdadeira raison d’etre do Buddhismo–isto é, livrar do sofrimento através da Grande Liberação da mente desperta, que permite a salvação compassiva de todos os seres sensíveis–é jogada fora pela janela porque é politicamente incorreta.”
Ken Wilber
Traducão de Cláudio Miklos