I –
No mundo inteiro é fim de ano
clamores de homens e mulheres
só, em minha choça de ervas, na calma
mais perfeita
como agradecer a Buddha?
Me sento em zazen e queimo incenso
II –
O tempo passa suavemente, é fim de ano
debaixo do céu, uma escarpa severa
dez mil montanhas, as folhas das árvores
tem caído
mil sendas, quase ninguém
toda noite queimo folhas secas
de vez em quando escuto o ruído
do vento e da chuva
olhando para trás me vem o passado
tudo não é mais que um sonho
Monje Ryokan Taigu (1758 – 1831)