“Os mais observadores podem ter deduzido, pela foto, que Michel Seikan deu as caras pelo parque no domingo, e vocês têm razão. Nada que um bom olhar e, certamente, uma boa câmera não possam fazer, como pode ser conferido no álbum de fotos improvisado do Zazen no Parque e no total dos álbuns da CZBF que contam, em sua maioria, de fotos dele.
O dia de sol brilhante rapidamente deu vez ao crepúsculo, e o frio desceu do céu claro, sem nuvens. Desta feita nem os mosquitinhos ousaram aparecer. Sentei-me em zazen ao som de New York, New York que uma bandinha – praticamente de sopro – tocava animadamente. Animados também estavam os passantes, e o som da banda e as palmas das pessoas me colocaram rapidamente em ritmo de quermesse.
Michel Seikan também é graduando em gestão ambiental e aproveitamos, depois do zazen – ao qual ele chegou atrasado, menos 10 no seu dharma score – para conversar um pouco sobre o parque. Diz ele que este parque ecológico, na verdade, tem menos de 30 anos em sua vegetação, e não é mata atlântica nativa; fez parte de um projeto de reflorestamento relativamente recente, porém mais velho do que eu.
Quem mora em Florianópolis talvez relembre da triste notícia pela qual o parque ficou mais lembrado: a queda de um eucalipto em cima de pai e filho, em um dia de ventania forte, em 1994. Depois disto o parque ficou praticamente abandonado durante sete anos, sendo reaberto somente em 2001. Atualmente o número de pessoas – adultos e crianças, pais e filhos, casais de namorados, adolescentes barulhentos – que visita o parque nos domingos mostra que tal tragédia é apenas uma lembrança, cada vez menos nítida.
(A probabilidade de um eucalipto cair em cima da sua cabeça, caro leitor, é muito pequena. E, para tranquilizar ainda mais, o dharma score nom ecziste: é melhor que você chegue na hora, mas se chegar com atraso somente sente-se ao meu lado.)”
Texto de Lucas Seigaku, ele faz zazen no Parque Ecológico do Córrego Grande domingos às 17h,mais detalhes aqui leia também os excelentes textos de Lucas aqui